29 fevereiro, 2004

CÉLIA (11)

Em sobressalto, levantei-me da lassidão de um sofá à beira da lareira.
Sem saber bem porquê, foi com um sorriso que peguei no trinco da porta. Tão pouco percebo porque desta vez evitei o intercomunicador.
A fronteira do meu refúgio esfumou-se em segundos.
“Surpresa?”, como será que fui capaz de mentir naquele instante, dar ares de um enorme espanto, quando sabia que aquele toque, àquela hora, naquele dia, só podia partir de um súbito impulso. Esperado, previsto, desejado.
“God, it’s you!....” e o resto da música que acabara de me ser oferecida crepitava ao som de um lume que não se consumiu naquela hora.
Desejei, por um momento, conseguir gritar as palavras que escapavam do aparelho.
“Então, não era isto que te apetecia ouvir?”
Submergi na resposta que fui capaz de dar…..!

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