23 janeiro, 2004
POLIS, LIBERDADE DE OPINIÃO E O "DIÁRIO DO ALENTEJO"
Aqui neste espaço da blogosfera, a que chamei de Praça da República, tenho manifestado algumas apreensões relativamente à intervenção urbana a que se está a submeter a cidade de Beja, intervenção esta integrada no programa POLIs. Muitas destas apreensões tomam a forma de crítica, decorrente do mal estar que sinto pairar no ar desta "nova" cidade. Aqui, nesta Praça da República, outros têm manifestado as suas opiniões, corroboradas ou contrariadas de imediato por outros cidadãos, sem que, até hoje, tenha sentido a necessidade de "impor" a minha "autoridade" de administrador do blog para moderar as opiniões aqui expressas. Quando ainda aqui não existia a possibilidade de comentar directamente os meus escritos, ia publicando a correspondência electrónica que me chegava à caixa do correio, mesmo aquela com a qual não concordava. Cheguei mesmo a publicar aqui o texto de um mail onde se fazia um juizo da minha suposta intenção perseguidora do PCP. Apesar de a vontade ter sido enorme, não respondi, porque o e-mail era anónimo.
Esta Praça da República é, tem sido desde o seu primeiro dia (faz hoje 7 meses), um espaço de opinião livre ou, como lhe chamo, um local de "desabafos urbanos na cidade de Beja".
Contrariamente ao que muitos pensarão, a blogosfera não é feita só por aqueles que têm tempo para escrever. Os blogs são hoje um meio de expressão - ou comunicação - onde os cidadãos manifestam as suas opiniões, de uma forma descomprometida e sem restrições de agenda/calendário. Isto verifica-se ainda mais quando, em meios urbanos pequenos, os cidadãos não têm acesso aos OCS ou, desejando manifestar os seus pontos de vista, não desejam ter a exposição a que obriga a assinatura de um artigo ou de uma crónica. Aqui, no espaço ocupado pelos blogs, a comunicação é feita em tempo real! E hoje são poucos os que abdicam desta velocidade e respectiva interactividade.
Hoje, no Diário do Alentejo, o seu director viu-se na obrigação de escrever que "queremos aqui reiterar a nossa disponibilidade para que, entre defensores e críticos do Polis, as páginas do “Diário do Alentejo” continuem a proporcionar, nos próximos meses, um confronto sadio, democrático e estimulante."
Estando de acordo com a quase totalidade do que escreve António José Brito, uma dúvida surgiu-me quando acabei de ler o seu artigo de opinião.
A minha dúvida é: que necessidade teve o director do DA de vir dizer, agora, em extenso artigo, que aquele semanário "tem o firme propósito de prosseguir um caminho de liberdade e independência, no cumprimento do estrito dever de informar e prestar um serviço público de qualidade, com rigor, no qual os alentejanos se possam rever – mesmo que discordem deste ou daquele critério; que contestem esta ou aquela solução."?
Será que esta atitude do director do DA é uma resposta a algum tipo de pressões a que esteja a ser sujeito por, nas suas páginas, pessoas de Beja (algumas ligadas à cultura) criticarem asperamente algumas das intervenções do POLIs?
São questões que me surgiram e que até podem não ter fundamento.
O que desejo é que o DA, depois de ter abandonado a sua linha pró-PCP, se mantenha independente de todos os poderes e continue como um espaço aberto e democrático. Como esta Praça da República.
Esta Praça da República é, tem sido desde o seu primeiro dia (faz hoje 7 meses), um espaço de opinião livre ou, como lhe chamo, um local de "desabafos urbanos na cidade de Beja".
Contrariamente ao que muitos pensarão, a blogosfera não é feita só por aqueles que têm tempo para escrever. Os blogs são hoje um meio de expressão - ou comunicação - onde os cidadãos manifestam as suas opiniões, de uma forma descomprometida e sem restrições de agenda/calendário. Isto verifica-se ainda mais quando, em meios urbanos pequenos, os cidadãos não têm acesso aos OCS ou, desejando manifestar os seus pontos de vista, não desejam ter a exposição a que obriga a assinatura de um artigo ou de uma crónica. Aqui, no espaço ocupado pelos blogs, a comunicação é feita em tempo real! E hoje são poucos os que abdicam desta velocidade e respectiva interactividade.
Hoje, no Diário do Alentejo, o seu director viu-se na obrigação de escrever que "queremos aqui reiterar a nossa disponibilidade para que, entre defensores e críticos do Polis, as páginas do “Diário do Alentejo” continuem a proporcionar, nos próximos meses, um confronto sadio, democrático e estimulante."
Estando de acordo com a quase totalidade do que escreve António José Brito, uma dúvida surgiu-me quando acabei de ler o seu artigo de opinião.
A minha dúvida é: que necessidade teve o director do DA de vir dizer, agora, em extenso artigo, que aquele semanário "tem o firme propósito de prosseguir um caminho de liberdade e independência, no cumprimento do estrito dever de informar e prestar um serviço público de qualidade, com rigor, no qual os alentejanos se possam rever – mesmo que discordem deste ou daquele critério; que contestem esta ou aquela solução."?
Será que esta atitude do director do DA é uma resposta a algum tipo de pressões a que esteja a ser sujeito por, nas suas páginas, pessoas de Beja (algumas ligadas à cultura) criticarem asperamente algumas das intervenções do POLIs?
São questões que me surgiram e que até podem não ter fundamento.
O que desejo é que o DA, depois de ter abandonado a sua linha pró-PCP, se mantenha independente de todos os poderes e continue como um espaço aberto e democrático. Como esta Praça da República.