13 dezembro, 2003

AS PRESIDENCIAIS, SANTANA LOPES, CAVACO SILVA E DURÃO BARROSO

Apesar de estarmos a 3 anos da eleição presidencial, o tema já circula por aí e não tem deixado indiferentes os opinion-makers, jornalistas e outra gente importante.
O facto de Santana Lopes andar a fazer a Volta a Portugal e contactos com diversas áreas da “sociedade civil”, tem deixado, diz-se, os apoiantes de Cavaco Silva em verdadeiro estado de choque. Por isto e também porque o ex-primeiro-ministro não dá sinais de querer avançar, o terreno presidencial tem sido ocupado por PSL. Basta folhear-se os jornais para contabilizar a inflação de aparições do Presidente do município lisboeta.

Haverá quem pense que PSL está a correr por risco e conta próprios, à revelia das indicações do Presidente do PSD.

Ora, eu tenho como adquirido que quem “manda” no PSD, neste momento, é Durão Barroso e todas as estratégias aplicadas são da sua autoria ou têm a sua concordância.
Daí que eu duvide que PSL esteja a tentar marcar terreno presidencial. Isto só teria lógica se Durão Barroso já tivesse informação suficiente que Cavaco Silva não avançaria como candidato.

Depois, estas extemporâneas manifestações de apoio a PSL vêm, mais uma vez, demonstrar que, entre este e os seus apoiantes vai uma larga distância. Se há no PSD quem “tolere” Santana Lopes, muito mais gente há que não suporta os seus apoiantes.

Não tenho dúvidas de que o PSD apoiará, se ele assim o quiser, de forma indiscutível, o ex-primeiro-ministro. O que poderá criar alguns embaraços aos dirigentes populares e a alguns social-democratas convictamente anti-cavaquistas.

Apesar de ainda faltar muito tempo – e este tempo é determinante – acredito que Durão Barroso, na altura em que tiver que tomar uma decisão sobre qual o candidato melhor posicionado para vencer a esquerda, saberá ponderar todos os factores.
E um dos factores mais importante – se não o mais importante – é saber o nome do candidato da esquerda.
Durão Barroso sabe que qualquer candidato sairá derrotado no confronto com António Guterres (o não apoio do BE é folclore). Pelo que lhe será indiferente o nome do derrotado.
No entanto, caso a esquerda se apresente com outra figura, Durão Barroso sabe e conhece qual é o nome que gera o consenso do centro, centro-direita e da direita: é o dele próprio. Por isso, não estranharei se Durão Barroso for candidato presidencial, deixando o PSD entregue a PSL.
Como disse: tudo depende do candidato da esquerda!
Deixemos então que o tempo amadureça as opiniões.

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