11 novembro, 2003

Tenho na minha frente a Nota de Imprensa que a Comissão Política Distrital do PSD/Beja distribuiu ontem à noite:
E transcrevo:
(…) em face de várias posições públicas que têm sido assumidas sobre esta e outras matérias por militantes do PPD/PSD entende a Comissão Política Distrital recordar que a filiação num partido político, como em qualquer outra organização democrática, é sempre um acto individual, livre e voluntário, que pressupõe o aceitar das disposições estatutárias e das deliberações dos órgãos dirigentes eleitos. Poderá cada um, a todo o tempo, desvincular-se destas obrigações, através da desfiliação, gozando assim da liberdade de tomar as posições pessoais que bem entender, ainda que insensatas, iletradas ou mesmo prejudiciais à estratégia do PPD/PSD para a região e do Governo de Portugal. Contudo, até esse momento estão os militantes e os órgãos sujeitos aos mecanismos disciplinares estatutariamente previstos, os quais poderão, em face da gravidade de cada acto, culminar com a expulsão daqueles que manifestamente tenham dificuldades em conviver num ambiente democrático de respeito pelas pessoas e pelas instituições

ISTO, QUE A DISTRITAL DO PSD/BEJA NOS COMUNICA, É GRAVE.
DIRIA MESMO: É DEMASIADAMENTE GRAVE, PARA QUE SE CALEM AS CONTESTAÇÕES.

Para além das posições que poderei tomar nos órgãos próprios, ocorre-me, neste momento, dizer o seguinte:

1. A Distrital do PSD/Beja tem uma interpretação autista e delirante sobre os direitos e obrigações dos militantes do PSD. O PSD tem uma tradição de democracia interna, que pauto de exemplar, não me recordando de nenhum caso relevante de expulsão por delito de opinião. E digo delito de opinião, pois é disto que trata o comunicado da Distrital. Lembro-me de militantes, aqui mesmo em Beja, que pediram publicamente a demissão do Presidente do Partido, por discordar das suas orientações, e nem por isso lhes foram instaurados processos como os que, por muito menos, agora se vislumbram.
2. A Distrital do PSD/Beja manifesta uma repugnante falta de respeito e consideração por militantes que, ao longo da sua militância, têm servido os interesses da região e do Partido. Tentar afastar nomes como Luís Serrano e Leonel Cameirinha, expressa uma cegueira doentia, revela uma incapacidade de adaptação à realidade, demonstra, acima de tudo, um enorme desprezo pelos valores por que se devem pautar as relações humanas.
3. A Distrital do PSD/Beja arvora-se em órgão omnipotente e detentor da razão absoluta. Em Democracia, estes comportamentos têm adjectivos, que me abstenho, neste momento, de mencionar. O que está subjacente nas palavras da Distrital do PSD/Beja é uma tentativa de silenciar vozes que lhe não são favoráveis, é um ensaio para atropelar o direito de opinião que todos, mas todos, os cidadãos têm.
4. Independentemente das interpretações administrativas dos estatutos do Partido, a Distrital do PSD/Beja não poderá nunca violar o que se encontra expresso no artº 37º da Constituição da República Portuguesa que, no seu ponto 1. refere que “todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações”.

Apelo, deste meu espaço, ao bom senso!

Noticiário:

- Rádio Pax

- Notícias Alentejo




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